Parte I: História
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Todos os avanços científicos promoveram uma série de novas tecnologias, conhecimentos e transformações que alteraram significativamente o modo de vida do homem na sociedade.
A indústria brasileira de papel e celulose é um dos segmentos industriais que mais crescem no Brasil em vendas, faturamento e produção.
De acordo com a Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), que reúne os produtores de celulose, papel, painéis e pisos de madeira e florestas no país, a produção de celulose somou 1,7 milhão de toneladas em fevereiro de 2018, ou seja, 18,4% em relação ao mesmo mês de 2017, na análise anual do setor. As exportações subiram 33,1% na mesma base de comparação e as importações caíram 45,5%.
Isso significa um saldo de US$ 1,5 bilhão na balança comercial do setor, na soma de janeiro e fevereiro de 2018, mostrando uma alta de 34,3% contra 2017.
Aliado a esse crescimento, quase todas as empresas tem feito investimentos em melhorias de processo e, principalmente em tecnologias que contribuam cada vez mais para o futuro promissor deste setor.
Com base nessas expectativas, a indústria do papel e celulose se atualiza dentro do conceito do modelo de indústria 4.0, em busca de maiores e melhores resultados.
Mas afinal, o que é indústria 4.0 e como ela se aplica no setor de papel e celulose?
Todos os avanços científicos desde o século XVIII até agora, promoveram uma série de novas tecnologias, conhecimentos e transformações que alteraram significativamente o modo de vida do homem na sociedade, modificando não só maneiras diferenciadas de se relacionar como também de produzir bens e mercadorias, alavancando o setor industrial e a sociedade capitalista como um todo.
Para essas transformações ocorridas no setor produtivo industrial, denominamos Revolução Industrial que, ao longo dos anos foi pontuada por características específicas durante o processo, classificando-as em Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Revolução Industrial.
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A Primeira Revolução Industrial ou Indústria 1.0
Ocorreu na Inglaterra entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. Surgem as locomotivas e máquinas a vapor usando o carvão como principal fonte de energia e facilitando o transporte de pessoas e mercadorias.
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A Segunda Revolução Industrial ou Indústria 2.0
Surge como um aprimoramento da fase anterior, utilizando o petróleo como nova fonte de energia, juntamente com a energia elétrica, o aço e alumínio em grande escala influenciando diretamente o desenvolvimento da indústria automobilística.
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A Terceira Revolução Industrial ou Indústria 3.0
Aparece por volta da década de 70 e apresenta novas transformações significativas para a indústria. Conhecida como revolução técnica-científica informacional, está caracterizada pela utilização e o avanço de tecnologias como a robótica, informática, telecomunicações, transportes e biotecnologia.
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A Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0
É a fase atual, conhecida também como Revolução Digital. Observamos um avanço nas tecnologias de informação e sua interação entre o mundo real e o digital (virtual). O uso das chamadas “tecnologias emergentes” e aplicativos, a tecnologia dos produtos “smarts” com diversas redes de dispositivos de acesso, aumento da interconectividade, a IOT (internet das coisas) que possibilita a comunicação de um equipamento a outro, já influenciando o processo de produção das industrias em escala crescente com uso desses equipamentos e tecnologias.
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Na indústria de papel e celulose, o modelo 4.0 da indústria se faz presente com ações que confirmam os números apontados no início desse artigo. Conforme o setor evolui, a necessidade de controle de processos, redução de custos e otimização das operações se fazem necessárias. O próprio crescimento das fábricas já implica nessa demanda para maior controle de todos os setores. Quanto maior o desenvolvimento, maiores são os resultados.
Com isso, observamos essas tecnologias digitais sendo empregadas para o videomonitoramento das plantações contra incêndios, controle e desenvolvimento de mudas em viveiros automatizados para uma maior qualidade de plantio, controle do transporte com uso de telemetria nos caminhões, rastreamento das cargas e transporte a fim de evitar roubos ou acidentes, inclusive para a garantia de segurança e bem estar dos funcionários envolvidos no processo.
Maior também a responsabilidade dessas empresas no mercado. Faz parte do conceito da indústria 4.0 uma maior sustentabilidade e responsabilidade sócio ambiental. Mas sobre esses aspectos, iremos falar numa próxima matéria, onde o compromisso do setor com as ações sociais e a responsabilidade de preservação ambiental já se mostram como características distintas desse universo corporativo atual. Aguardem!
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