As Diferenças Entre MDF, MDP e Aglomerado.

by | 7, Mar, 19 | Indústria Moveleira | 0 comments


Na hora de comprar um móvel, uma dúvida sempre surge: qual material escolher? Qual material é melhor e tem maior durabilidade?


Os móveis de madeira maciça, tão comumente utilizados antigamente, hoje quase não se encontram mais para aquisição. E os motivos são bem claros: preço e impacto ambiental.


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Alguns móveis mais antigos eram feitos com madeiras classificadas “de lei” ou “nobres”, como mogno, jacarandá, peroba, angelim, pau brasil, entre outras. O termo “de lei” remonta à época do Império, com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil e eram assim chamadas graças à proibição de Dom João VI que impedia que civis extraíssem e utilizassem essas madeiras, pois elas teriam prioridade de extração a serviço da coroa, principalmente na construção de navios, dormentes de ferrovias ou móveis para a nobreza.

O motivo dessa proibição era estratégico e comercial. Essas madeiras possuem características bem específicas de qualidade, durabilidade e resistência, principalmente ao ataque de insetos e umidade sendo, por isso, muito visadas para emprego em construção civil, naval, confecção de móveis, instrumentos musicais e, de acordo com o decreto, sua exploração poderia ser monopolizada pelos governantes.



No entanto, mesmo após o fim do império no Brasil, ao longo dos anos, a utilização dessas madeiras acabou ocorrendo de maneira ilegal, predatória e devastadora de grandes áreas de mata nativa. Para evitar essa degradação de maneira ainda maior e, consequentemente a extinção de algumas espécies de árvores, atualmente, no Brasil, a exploração de madeira tem maior controle graças à legislação que especificam os crimes ambientais.

A produção de móveis ou outros produtos feitos de alguma dessas madeiras hoje, precisa ser legalizada. Para exploração de madeira legal é necessária a Autorização de Exploração (AUTEX), que disponibiliza algumas espécies nativas para o corte autorizado pelo órgão ambiental competente e que possuam o documento de licença de transporte e armazenamento (DOF, GF, GCA ou afins), acompanhada da Nota Fiscal correspondente.

Qualquer exploração ou utilização dessa madeira realizada sem a devida autorização é considerada ilegal e, o responsável flagrado sem autorização em zonas que requerem alvará do poder público pode pegar até dois anos de prisão.


É por este motivo, que a indústria moveleira tem apostado cada vez mais no desenvolvimento e aperfeiçoamento de alternativas para a produção de sua linha de produtos. Desde o eco design com a reciclagem de móveis de maneira sustentável até o uso de placas de fibras, utilizadas de maneira revolucionária em design e aplicações, com destaque para o MDF.


Segue, então, a diferença destes elementos e suas aplicações na indústria de móveis:


A principal diferença entre MDF, MDP e aglomerado é a constituição de seu miolo. Conforme suas siglas, enquanto o MDP (Medium Density Particleboard) é feito a partir de partículas de madeira, no MDF (Medium Density Fiberboard) são usadas fibras para a sua constituição e, os aglomerados, são feitos a partir de resíduos de madeira.

A partir dessa constituição (todos os três produzidos com fibras de madeira de cultivo florestal de pinus ou eucalipto), cada um possui peculiaridades quanto a sua produção que garantem características específicas de aplicação, qualidade, durabilidade e resistência. Veja a seguir:



MDF

Trata-se de um painel de madeira reconstituída, produzido por meio da aglutinação de fibras de madeira com resinas sintéticas e aditivos. As placas de madeira são coladas umas sobre as outras com resina, e fixadas através de pressão. Possui grande maleabilidade de uso. Por apresentar uma estrutura mais uniforme e compacta, permite a formação de curvas para aplicação em móveis ou outras estruturas, possibilitando explorar um design mais criativo. Por este mesmo motivo, é possível ainda trabalhar com entalhes ou baixa usinagem.


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A uniformidade das placas também permite um acabamento melhor em relação ao uso de tintas ou outros materiais. Hoje, já é possível a aplicação de papéis decorativos com acabamento em resinas que garantem ao material um efeito tridimensional ou imitando outros materiais, como pedras naturais, por exemplo. Outras vantagens do MDF são sua estabilidade e resistência, garantindo de certa forma, uma maior durabilidade. O MDF é mais utilizado pela oferta do produto ao mercado e a forma como o marceneiro trabalha, comprando o MDF através de revendas.


MDP

É um painel de aglomerado constituído de partículas de madeira aglutinadas entre si com resinas, mediante a ação de temperatura e alta pressão. É produzido em três camadas: uma grossa no miolo e duas finas nas superfícies. Em virtude desse processo, as placas resultantes não são indicadas para móveis arredondados ou com entalhes, pois não possuem tanta maleabilidade de design como o MDF. Portanto, o MDP aplica-se melhor a estruturas retas (como armários, portas, prateleiras, gavetas, painéis, etc).


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Outra diferença é que o MDP apresenta uma absorção maior de tinta para acabamento para uso externo, por ser um material mais poroso, devendo, portanto, ser levado em consideração a relação custo benefício. Em contrapartida, essa mesma característica garante boa estabilidade do uso das placas em estruturas internas, por permitir ótima colagem.

MDP tem mais resistência a absorção de umidade que o MDF, isso se dá justamente pela formação das 3 camadas das partículas de madeira,  permitindo melhor desempenho em relação à umidade. Porém, mesmo sendo mais resistente, usualmente o MDP e o MDF não são indicados para uso externo. O MDP brasileiro é um dos melhores do mundo, usando arvores de reflorestamento, e cuja compactação evoluiu para atender revestimentos ou pintura.


AGLOMERADO

O aglomerado é formado por uma mistura de resíduos de madeira, como pó e serragem, cola e resina. Essa mistura é então prensada para se montar as placas. No passado o aglomerado não tinha ferragens adequadas e sua estrutura modificou-se através da evolução da tecnologia. Sua principal vantagem é tratar-se de um material muito mais barato para uso, indicado desde peças de artesanato, até painéis, divisórias de grande dimensão ou móveis de menor qualidade.



Por ser altamente poroso, o aglomerado não é indicado para uso em cozinha, banheiro ou lavanderia, pois apresenta baixa resistência à umidade. Essa mesma “porosidade” dificulta a aplicação de pregos, parafusos ou dobradiças, podendo esfarelar com o tempo e aplicação inadequada desses elementos. As placas podem receber acabamentos como: pintura, revestimento melamínico e laminados de madeira.


Sendo assim, não existe “melhor” ou “pior”, apenas o material ideal de acordo com sua aplicação e utilidade.


Publicado originalmente em 7 de março de 2019.
Primeira revisão: 21 de março de 2019.


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Colaboração:
MDF, MDP e Aglomerados: Andréa Krause – Marketing Indústria / Eucatex

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