Quando se fala em celulose, o mais comum é pensar em sua aplicação para fazer papel.
E quando se fala em produção de papel, muito também se discute sobre os impactos que a indústria de celulose provoca no ambiente para produzi-lo. Em tempos mais remotos, quando se utilizava madeira de florestas para isso e alta concentração de cloro para o branqueamento das fibras, era muito comum observar as ações de ambientalistas contra a indústria da celulose.
Mas muita coisa mudou desde a metade do século XX (quando o consumo mundial cresceu mais de seis vezes) em relação aos dias atuais. Muitas alternativas foram empregadas no intuito de reduzir esses impactos ambientais, como a utilização de madeira de reflorestamento, para frear a derrubada nas poucas áreas remanescentes de matas nativas, a redução do emprego de cloro nos processos de fabricação e a reciclagem do papel.
No processo de fabricação, primeiro a madeira é descascada e picada em lascas (chamadas cavacos), depois é cozida com produtos químicos, para separar a celulose da lignina ( componente muito usado atualmente para combustível para gerar energia) e demais componentes vegetais.
Sobre a lignina e demais componentes, vamos falar numa próxima oportunidade, já que suas aplicações hoje dão margem para um artigo exclusivo. Nosso intuito hoje é falar sobre as diversas aplicações da celulose que vão muito além da fabricação do papel.
É claro que entre tantas aplicações da celulose, a produção do papel ainda é maior e mais conhecida. Atualmente 100% da produção de papel e celulose no Brasil emprega matéria-prima de áreas de reflorestamento, principalmente de eucalipto (65%) e pinus (31%) e o restante de outras fontes, incluindo aí os reciclados.
Porém, nem só de papel vive a celulose. Suas aplicações são extensas e bem variadas, sendo utilizada para produzir outros tipos de produtos.
Na indústria têxtil, a aplicação mais conhecida está na fabricação da viscose utilizada para fazer tecido. Na indústria farmacêutica a celulose é utilizada para revestimento de comprimidos e cápsulas para medicamentos.
Na indústria alimentícia sua aplicação é vasta, indo desde a produção de tripa de celulose para confecção de embutidos (salsichas, linguiças, etc) até sua utilização como emulsificantes, espessantes e estabilizantes que entram na composição de alimentos como sorvete, hambúrguer, queijos, entre outros.
Na construção civil a celulose também é utilizada para a confecção de painéis utilizados para divisórias de ambiente, conhecidos como drywall.
No setor petroquímico, a celulose pode participar de inúmeras rotas e plataformas para a produção de bioprodutos e biocombustíveis, inclusive o etanol.
Na medicina, os avanços em pesquisas realizadas pela empresa Fibrocel, permitiram criar um produto batizado e patenteado como Nexfill, originado a partir de celulose bacteriana ( tipo de celulose biossintetizada por bactérias do gênero Glucanacetobacter xylinus) comumente encontrada em frutas, vegetais, vinagre e bebidas fermentadas e, que produzem uma massa gelatinosa que é comumente conhecida hoje como celulose bacteriana* e utilizada como matéria prima de um curativo de biocelulose, utilizado para o tratamento de feridas cutâneas que apresentam perda de tecido de pele, incluindo queimaduras de segundo grau.
Na indústria cosmetológica a celulose também não fica de fora. O Hidroxietilcelulose e a Carboximetilcelulose, são dois derivados da celulose utilizados para a confecção de gel que serve como veículo para ativos dermatológicos e em formulações odontológicas ( gel dental e soluções orais) respectivamente.
Portanto, se pensarmos em matéria de aplicação, a celulose precisa ser vista de maneira ampla e versátil, muito além da produção do papel. A Techmelt produz discos e cones refinadores para refino que se ajustam às diversas necessidades da indústria de papel, madeira e celulose para os diversos tipos de aplicações deste mercado.
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* (Fonte: http://knoow.net/cienciasexactas/quimica/celulose-bacteriana/)
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