Discos Fundidos e Soldados:
Diferenças, indicações e aplicações.
As empresas que trabalham no setor de papel e celulose sabem bem que o “coração” de uma fábrica de papel é o refino, onde encontram-se os conjuntos refinadores. São eles os responsáveis pelo tipo de tratamento que será dado às fibras da madeira, de acordo com o produto que será desenvolvido pela empresa.
Portanto, saber qual o disco será mais apropriado a ser utilizado é a maior premissa para uma melhor produtividade. Porém, além de garantir a produção é necessário também que essa performance inclua um consumo mais racional de energia, diminuindo ao máximo os custos envolvidos.
Os discos fundidos, como o próprio nome já diz, são discos produzidos em processos de fundição, com liga em aço inoxidável visando dar ao disco a capacidade de resistir ao arredondamento das bordas das laminas, à corrosão e a cavitações. Já os discos soldados possuem base fundida, suas lâminas recebem tratamento térmico para aumentar sua dureza e resistência a abrasão e posteriormente são montadas nessa estrutura base e finalizados com o processo de solda.
Como o processo de fabricação é baseado em engenharia aplicada com foco na necessidade do cliente, desde o desenvolvimento do projeto até a entrega do produto, ela envolve um acompanhamento com funções diferenciadas em todas as etapas para garantir o melhor padrão de qualidade, com excelente custo benefício ao cliente e foco no tratamento da fibra. Neste ponto, os discos fundidos são os mais indicados.
Ambas as tecnologias possuem
características e aplicações diferenciadas.
Altura de Lâmina
Nos discos fundidos temos uma altura de lâmina de até 7 mm de altura. Com isso teremos uma condição ideal no consumo de energia de refinação, um menor No Load (Energia em Vazio), redução na produção de finos e melhoria da qualidade da folha de papel.
Nos discos soldados a maior altura das laminas é vista como um incremento na vida útil, porém não é necessariamente um fato – as lâminas altas podem apresentar performance distinta na medida em que ocorre o desgaste ao aproximar da base.
Tipo de Liga
Para os discos fundidos, usam-se ligas de aço Inoxidável sendo cada uma delas compatível com a sua aplicação, adotando-se o melhor relacionamento entre desgaste, abrasão, corrosão e cavitação. Diversos tipos de ligas metálicas aplicam-se aos diversos processos de fabricação e, em casos especiais desenvolve-se ligas e tratamento térmico adequada ao uso.
Os discos soldados são relaminados a frio e posteriormente tratados termicamente para ganhar dureza. Compatíveis com o processo de baixa consistência, possuem boa resistência ao desgaste, à corrosão e abrasão. O principal argumento é que oferecem maior ductilidade, ou seja, as lâminas não quebram, independentemente das condições de processo. Porém é perfeitamente possível obter o mesmo nível de ductilidade nos fundidos.
Área Refinadora
Tanto para os fundidos como os soldados, em ambos os discos é possível a fabricação de qualquer área refinadora, porém em alta consistência os soldados não funcionam.
Baixa Intensidade
Ambos possibilitam a aplicação de baixa Intensidade (Ws/m) com redução da Carga Específica de Lâminas que diminui o consumo (kW/ton). Podemos avaliar que os discos e cones possuem indicações específicas de acordo com a necessidade de aplicação; em casos específicos de alta intensidade, os discos fundidos terão um desempenho melhor devido à sua constituição enquanto que para baixa intensidade, ambos podem apresentar uma performance desejável.
Para uma melhor indicação, é imprescindível uma análise técnica do equipamento e das necessidades da produção para o desenvolvimento e produção do disco a ser utilizado, gerando a melhor condição custo benefício.